Se eu disser que é estranho, vão me achar louca. Se eu disser que é louco, vão me questionar. Se eu disser que é lindo, vão dizer que disso todos sabem. E se eu disser que é feliz? Eu acabo com todas as duvidas. É feliz porque quase ninguém questiona felicidade, ato inquestionável. Há algum tempo atrás eu vivia de amores pela metade. Sempre mais um, e outro, e sorrisos, e diversão, saídas, festas, bolos, improvisos, e nada de me apegar, nem fraquezas, nem ligações no outro dia, nem recebidas, nem discadas, nada de emails e nem próximas vezes. Há algum tempo atrás não tinha fé nem em mim mesmo imagina no primeiro cara que me arrancar sorrisos. Coração frio, mente fria, sonhos frios, dias frios, olhares frios e sorrisos frios até encontrá-lo. Enxerguei-me no sexo oposto, antipatia explícita, papo razoável, poucas explicações, muita gargalhada, conversas nada produtivas, olhares pro nada, importância nenhuma, não procura por atributos, não quer saber quem é, nem porque veio. Pouco tempo, nada de fazer sala, goste se quiser gostar, nada de agradar, muito menos impressionar. Foi assim que depois de muito tempo, muito esperar mais nem mesmo procurar, meus conceitos conseguiram achar alguém interessante no meio de tantos outros nem tão. Hora de ir. Beijo? Abraço? Não, aperto de mão! Dia legal, noite bacana, pessoas divertidas, faze social concluída. Dias depois, aquele orgulho todo que transpareceu no primeiro olhar desaparece, primeiro encontro. Sorrisos, e sorrisos, e mais sorrisos e a única coisa que me deixaria completamente apaixonada por alguém, apenas simples sorrisos. E dias depois, encanto, e depois carinho, confissões, segredos, conversas, limites, sonhos, planos, mais sorrisos e amor, sempre amor, e meses depois, de novo amor, e hoje, amor, e amanhã também, e amor sempre.